Dona de uma trajetória peculiar, marcada por um período de seguidas homenagens a personalidades, a Cabuçu não fugiu à regra em 1991, quando na segunda divisão do samba. Por isso, selecionamos para você 10 motivos para se apaixonar por essa raridade. Aperta o play e sacoleja!
(Um salve a Daniel Marques, que postou este vídeo e outras diversas raridades em seu canal no Youtube. Visite: https://www.youtube.com/user/apoteose007).
1 – ENREDO INUSITADO: A curiosa exaltação ao ucraniano Adolpho Bloch, por si só, merece destaque. Dono do império Manchete de comunicação, que se desintegrou nos anos 90, deixando milhares de desempregados e um passivo trabalhista estratosférico, o empresário não poderia sair dessa vida sem ser louvado pela gloriosa Unidos do Cabuçu.
2 – ABRAM ALAS QUE EU VOU PASSAR: A extinta Manchete
interrompeu a transmissão do desfile das escolas de samba de São Paulo – no ano
de inauguração do sambódromo do Anhembi – para levar para a todo o Brasil a
homenagem ao dono da TV Manchete.
3 – SAMBA-ENREDO: Em tom menor, o samba é bem peculiar. Tem uma
passagem curiosa com aliteração (repetição de fonemas parecidos) em “Shalom,
Shalom, Chagal”, em um dos três refrãos. No início do samba, os compositores
sintetizam o enredo no trecho “é a Cabuçu que homenageia / O menino de Kiev na
Sapucaí”. Além da métrica atropelada, quem ousaria unir Kiev e
Sapucaí num mesmo verso?
4 – COMISSÃO DE FRENTE: Em dourado, representou os judeus,
numa referência ao musical “Um Violinista no Telhado”, espetáculo da Broadway
que virou filme nos anos 70. Uma bela solução para saudar as origens étnicas e
religiosas do homenageado.
5 – FANTASIAS: Algumas traziam plaquinhas com nomes em
russo. Ninguém entendia o que estava escrito. Mas... sei lá, era romântico.
6 – ATO FALHO: Aproximadamente aos 18 minutos e 15 segundos,
o terceiro carro é creditado como “BOBAGEM e riqueza”. Naturalmente seria
”BAGAGEM e riqueza”. Ato falho do operador de caracteres.
7 – LISTA DE NOVELAS – Alas em homenagem a Kananga do Japão,
Corpo Santo, Pantanal... Um carro só para Ana Raio e Zé Trovão... Tudo isso
contribui para a tese de que a Cabuçu já tinha no sangue o DNA do patrocínio,
antes desse expediente se alastrar pelas agremiações de forma profissional e sistemática, facilitar
a vida dos financeira das agremiações e provocar o desespero dos carnavalescos.
8 – À LUZ DO DIA – A Cabuçu desfilou ao amanhecer. Época em
que quem ligava a televisão nas primeiras horas do dia ainda podia assistir ao vivo a escola que
estava passando na avenida (e não a reprise da primeira). Bons e saudosos tempos.
9 - FOTOS DE CAPAS DE REVISTAS MANCHETE – Uma das alegorias trouxe singelas reproduções de capas históricas da Revista Manchete, como a da eleição de Juscelino Kubitscheky e a chegada do homem à lua.
10 – EM PESSOA –
Adolpho Bloch desfilou. Sim, ele foi à avenida e recebeu os aplausos do público
ao lado da esposa, Ana Bentes Bloch. Pelé já foi homenageado um monte de vezes
em escolas de samba e não foi a nenhum. Portanto, o placar é Bloch 1 x 0 Pelé.
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