segunda-feira, 13 de junho de 2016

‘STAMOS EM PLENO MAR – O NAVIO NEGREIRO SALGUEIRENSE DE 1957

No quarto carnaval apresentado após a fundação em 1953, os Acadêmicos do Salgueiro levaram para a avenida um dos desfiles mais marcantes da escola até então. Com o enredo “Navio Negreiro”, a escola mergulhou fundo na dramaticidade exposta às últimas consequências no poema de Castro Alves e foi à luta com um grito pela liberdade.

A concepção estética do desfile ficou a cargo do artesão da Casa da Moeda, Hildebrando Moura, artista que colaborou desde o primeiro carnaval salgueirense, com o enredo “Uma Romaria à Bahia”, de 1954. 

Nesse raro registro fotográfico, publicado na edição de 6 de março de 1957 do Jornal Última Hora, podemos observar um pouco do trabalho de Hildebrando Moura, com um navio negreiro ao fundo, trazendo à frente foliões vestidos como homens escravizados. 



O samba, de autoria de Djalma Sabiá e Amado Régis, foi inspirado pela intensidade dramática da travessia do Atlântico nos tumbeiros, encontrando total correspondência com o poema original de Castro Alves. A obra salgueirense trouxe versos densos como este:

“No porão da embarcação
Com a alma em farrapos
De tantos maus tratos
Vinham para a escravidão”. 


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